quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Setembro amarelo

      

      
      Ele não ligou, então ela pegou seu casaco e prometendo para si mesma de boca fechada, que não mais estaria lá para ele, que ela faria a dor acabar. Ninguém a ouviu, ninguém a viu quando saiu. Tudo que dava para perceber era o ar de abandono que se instalou no local.
      Mais tarde foi encontrada portando uma bolsa, um casaco, algumas jóias, mas não a vida. É o momento em que todos se perguntam porque uma bela moça faria aquilo. O que ninguém conhece é a dor que cada um carrega, as vezes o fardo é pesado demais, as vezes as pessoas não querem ajudar a carregar, as vezes as pessoas preferem desligar o celular e não ligar.
      E durma com esse silêncio, se conseguir.

Setembro amarelo, ajude a curar, ou tente viver com o silêncio de muitos. 

Elica Cardoso.