sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sentimentando Ilusionismos.!





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Ontem eu vi o bater de asas de uma borboleta, imperceptível o vento que delas saíam, mas fez-me lembrar da leve brisa que percorria meu corpo em tempos de outrora.Ontem subi até o telhado, e fiz sozinha, o que costumávamos fazer juntos, desenhei com as estrelas lá do céu, tantas formas, figuras, uma mais linda que a outra. Mas faltava uma outra mão, as minhas não alcançavam os extremos dos desenhos, precisei dos teus braços fortes e longos, precisos, para toques finais, mas também para inícios marcantes, provocantes, provocavam-me, tiravam-me do sério com suas tintas, e suas telas. Assinava em minha pele sua arte, fazendo de mim escultura, sua propriedade. Elevando-me aos títulos mais brilhantes que possa existir, colocando-me num pedestal, expondo-me em praça pública, recebendo aplausos, gritos, assovios, críticas e elogios. Falam de mim tocam em mim, riem de mim, esbarram em mim, me desfaço em mil pedaços. Desvanecem assim os sonhos. 

Foi o final do espetáculo, um truque mal feito, meu mago.

Elica Cardoso

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